quarta-feira, janeiro 16, 2008

amsterdam, me aguarde

ando ocupado paca pensando no que escrever aqui sobre amsterdam. e' complicado de falar sobre a cidade que so' existe no mapa mundial como sendo o centro de pornografia/putaria e distribuicao de drogas, quando ate' a mae do cara pode dar uma olhada no que ele anda fazendo da vida pela europa. pensei, pensei... e nao cheguei a conclusao nenhuma. deixei pra pensar quando estivesse *passando um fax*, ja' que e' o momento que todo mundo usa pra refletir sobre a propria vida.

depois de muitas horas pensando no que escrever (e de-lhe fax!), hoje eu tive meu momento de inspiracao: novamente (acredite, se quiser), os banheiros dessa empresa resolveram entupir, faltar agua, transbordar e tudo mais de podre que possa acontecer. novamente rolou o email de "vamos todos cagar no mcdonnald's" (ato conhecido como mcshit). eu ate' entao achava tudo isso uma palhacada sem limite, mas como se poderia esperar, o mal me atingiria uma hora ou outra, sem sobra de duvida.

depois de comer um belo sanduichao do subway, meu intestino resolveu por pra fora o desnecessario e liberar espaco. pensei nas minhas opcoes: mcdonnalds, starbucks, metro.. -- o que seria facil de resolver virou um empecilho sem tamanho. libriano tentando fazer decisoes dificeis como essa e' realmente complicadissimo. resolvi dar uma chance ao banheiro da estacao, nao so' por ser o mais perto, mas tambem pelo fato de que mcdonnalds e' privada de crianca, e ainda teria que passar o xalala' do mcshit, etc.

fui. cheguei la', achei o banheiro bem limpinho (me impressionei mesmo). olhei pra ca', pra la', e vi o cubiculo. caminhei ate' ele, analisando rapidamente se nao teria um *monstro* me esperando ou alguma coisa pra cair na minha cabeca. tudo limpo. estranhei, tinha que ter um "catch" em algum lugar, nao poderia ser tao simples. tinha ate' mesmo um rolinho de papel higienico me esperando... o que poderia estar errado?

enfim, entrei. testei trancar a porta pra nao precisar chamar a policia pra arrombar a porta de um cubiculo de privada publica, tudo beleza. mas dai eu descobri qual era a sacanagem. porta de banheiro publico geralmente nao vai ate' bem embaixo (nao sei porque), mas essa era ridiculamente curta! serio, a porta devia ser da altura da privada (ou muito proxima), e ainda mais interessante, a parte de cima porcamente chegava somente a ponto de cobrir o peito de quem estivesse sentado!!! nunca num momento tao intimo da minha vida eu me senti numa invasao de privacidade absolutamente tao grande, quem quisesse meteria a cara pra ver o que eu estava fazendo (literalmente, mas nao que alguem se interesse por esses momentos), apavorado, fragil e quase literalmente todo cagado. mas como diz o ditado, ja' estava la' mesmo. resolvi juntar forcas e mandar ver.

juro que eu tentei me concentrar e pensar no que escrever sobre amsterdam, mas entre segurar as calcas, agachar, esconder a cara, fazer forca, pegar o papel, nao me sentir um imbecil cagado e pensar em algo interessante pra escrever, eu confesso que eu preferi somente terminar tudo rapidamente e me mandar correndo sem pensar muito nem olhar pra tras. experiencia maravilha, nota 10, recomendo a qualquer um que acha que a vida anda meio sem-graca.

depois disso, resolvi postar o que eu tinha na cabeca sobre amsterdam de qualquer jeito. meu conceito sobre a cidade era mesmo o de qualquer adolescente que cresceu com acesso aos sites pornos mais hardcore da internet: tudo vinha de amsterdam ou california, com a 'vantagem' do consumo de drogas semi-liberado amsterdenho.

a viagem em si foi deveras tranquila. gastamos bem mais do que pensavamos, mas valeu a pena. cruzamos o canal de barco, que mais parecia um hotel 5 estrelas. dormimos (ou tentamos, ja' que os nossos amigos roncavam que era uma beleza) numa cabine beeeem legal ate' com chuveiro no quarto. nossa estada em amsterdam foi modesta e semi-coordenada pelos conhecidos locais -- formos a varios bares alternativos quase metidos a underground, visitamos as familias das pessoas, comemos comida em restaurantes normalerrimos e andamos pelas ruas que cheiravam a maconha. vimos as coisas bonitas como as tao famosas putas nas janelinhas e os coffeeshops cheios de turistas chapados, e vimos as coisas nao tao bonitas tipo as putas saindo da casinha e esbofeteando um cara e drogas nao tao legalizadas rolando nas ruas estreitinhas. os fogos de ano novo foram uma atracao a parte (ainda nao sei como ninguem explodiu os dedos), entrar no parque na madruga pra bater foto da neblina e voltar correndo depois de ouvir vozes macabras do alem foram uma diversao a parte (serio e verdadeiro), bater foto das putas de longe e ter que fugir correndo pra nao apanhar, mas no final, tudo valeu.

mas de maneira geral, amsterdam e' um lugar legal. todo mundo la' se acostumou com as putas nas ruas (nao sei como elas se acostumaram com tantos turistas so' olhando e ninguem comendo -- inclusive nao pode bater foto das quengas, o que e' meio triste ja' que isso e' um dos fatores motivadores turisticos da cidade, mas por via das duvidas, tudo esta' na internet mesmo), assim como eles se acostumaram que drogas sao pra quem quer usar (e usariam sendo legal ou nao). ainda assim, eles pareceram ser um povo legal, se preocupando com o bem-estar das pessoas, levando e cuidando que a gente estivesse extremamente bem tratados o tempo todo. fiquei ate' meio constrangido, pois se os amigos do amigos viessem visitar a gente, eu nao teria varias coisas que eu tive la': nada de putas, nada de drogas, nada de bares legais, nada de espaco pra dormir, nada de carona, nada de canais, nada de cafe' ou hotchocoladenmilk, nada de *ollenbollen* ou *appleflip*, nada de nada. a unica coisa que eu posso oferecer e' o tradicional ingles: cervejada ate' cair.

... povo triste.

putas, digo, amsterdam, eu voltarei! e nada de comentarios, eu sou um cara casado!

flw
dns

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